A arte contemporânea se apresenta como um espaço de diálogos complexos, onde as fronteiras entre técnicas e materiais se tornam fluidas, criando novas possibilidades de expressão.
Nestas novas pesquisas e experimentações no meu trabalho, a pintura, a fotografia, as linhas e fios, o alinhavo, os fragmentos, emergem como elementos que se entrelaçam na obra formando uma rede de significantes e sentidos. A arte então se configura como um espaço de diálogo revelando novas dimensões de interpretação.
A pintura com sua riqueza de cor, forma e textura, carrega consigo a tradição do gesto. A textura e as camadas de tinta evocam provocação ou suavidade; cada pincelada, seja no universo virtual ou real, é uma extensão da mão do artista, um traço de sua presença no tempo e no espaço. A fotografia por outro lado, captura a luz e o momento, imortalizando o efêmero em uma fração de segundo.
No processo as linhas tornam-se ferramentas de conexão e separação. A linha traça percursos sobre a superfície, guiando o olhar e seguindo caminhos. Quando costuradas, essas linhas unem fragmentos, pedaços de realidades distintas que juntos, formam uma nova narrativa. O alinhavar torna-se um ato onde o nó, o rasgo, o corte, a interrupção são integrados evidenciando as cicatrizes e as rupturas inerentes ao existir.
No encontro de técnicas a obra se transforma.
A memória e o imaginário se entrelaçam em uma dança contínua de criação e ressignificação. O campo da criação torna-se então, um lugar de experimentação onde cada linha, cada traço, cada fragmento, gesto ou resto, contribuem para uma narrativa em constante movimento.
Nesse contexto, minha arte pode refletir a complexidade dos enlaces onde fronteiras se misturam e onde o conceito de totalidade é constantemente questionado, revisitado e transmutado. Entre tramas e fragmentos, pintura e fotografia, real e virtual, as obras se revelam como um espelho multifacetado de minhas próprias experiências e forma de ser e estar na vida.
Até mais!
Por Vanessa CTReis.
Comentarios